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O CHAMADO



O CHAMADO
Autor: João Maria Ludugero

Brasília, adeus eu já me vou embora,
Várzea está me chamando pra lá, desde logo, desde ontem.
Meu amigo Picica me convida pra ir ao Itapacurá...
Nas férias não sei onde vou estar,
Certamente, estarei lá, perto das barbas
De São Pedro Apóstolo...
Acho que em algum Retiro ou Arisco
Vou pescar no rio de Nozinho,
Amigos, quero vê-los, em breve
Revê-los... até a saudade matar!

De ficar sozinho aqui eu tenho receio. Não quero isso.
Só de pensar em ouvir o cantar mavioso
Dos pintassilgos me bate aquele enorme sossego,
Suspiro e digo que é cedo, ainda pra sair de lá...
De lá do meu chão, aonde canta o sabiá,
Cedo pra temer o fim do que ainda almejo,
Nunca é tarde para ir morar lá!

Quero ir aos campos da minha Várzea,
Quero repartir ou quebrar uma melancia madura no roçado
Quero colher maxixe, melão e quiabo no quintal
Quero chupar manga no pé, me lambuzar todo
Quero matar a vontade de me embriagar
De licor de jenipapo e salivar na tamarineira...

Quero saborear pitangas
E nadar no açude do Maracujá
Quero jogar uma pelada na Vargem do Cel. José Lúcio
Quero me lambuzar no Riacho do Mel,
Observar o gado no curral,
Seja comendo frutas maduras,
Seja bebendo garapa ou fazendo nada,
Pra ser exato, deitado numa rede de algodão
A contemplar o mais lindo pôr-de-sol do agreste,
Visto lá do açude Calango...

Eis a cidade que está no meu roteiro,
A minha pequena Várzea das Acácias.
Terezinha de Seu Nenê Tomaz de Lima,
Pode ir preparando os inhames e os carás;
Victor, Joyce, Tomazinho e Quincas Anacleto,
Meus caros amigos, também quero revê-los!

Adianto o meu forte abraço para Lila e sua irmã;
Aos pais delas, o Djalma Cruz e a Edileusa Cunha,
A eles também segue meu sincero apreço.
Quero degustar uma boa coalhada
Lá no seu Tida, pai do Beto de Rita,
Abraçar minha gente, bater papo
Com dona Penha e seu Olival,
Quero não me preocupar com as horas,
Quero perder a noção do tempo
Sentado ali na Praça do Encontro;
Vou até tirar o relógio do pulso,
Chega de cronômetros!
Vou desatar os nós, afrouxar as gravatas...
Quero comer feijão com arroz feito um príncipe
Pois saiba que gosto de coisas básicas...
Eu quero apenas adiantar minha viagem pra lá.
Quero depressa sair daqui!

Várzea me chama, estou certo disso!
Eu almejo simplesmente um lugar simples,
De coisas simples e bonitas...
Quero abraçar minha gente simples, hospitaleira.
Me vejo deitado numa rede de algodão no alpendre
Ali na casa de Seu Odilon, soldado do bem e da paz,
Na sede da minha cidade da felicidade, bem ali no centro,
Acolá na rua Cel. Felipe Jorge, esqueci o número, não precisa!
Aguarde-me, pois, minha Várzea de Gabriela Maurício de Pontes,
Vejo-te em breve!
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Beto Bello

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2 comments:

  1. simplesmente poesia de quem ama sua sua terra natal... de quem ama o agreste das belas terras potiguares; de gente bonita, hospitaleira, amante e simplesmente, linda...
    parabens amigo pela linda poesia!!!

    um abraço!

    Luiz Paulino

    Brejinho/RN

    ResponderExcluir
  2. ESTE HUMILDE POETA E ESCRITOR É QUE LHE AGRADECE, DE PRONTO. PELAS BELAS PALAVRAS, PELO APOIO E PELA AMIZADE DO GESTO, DO AGRADECIMENTO, DA BONDADE QUE VEM COM PRECISÃO E UMA FORMA MUITO CARINHOSOSA DE SER POTIGUAR, DE AMAR A NOSSA TERRA E A NOSSA GENTE TÃO QUERIDA, OBRIGADO, LUIZ PAULINO, VC É QUE É UMA GRANDE BRASILEIRO-POTIGUAR! ABRAÇOS DO JOÃO MARIA LUDUGERO.

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